terça-feira, 30 de novembro de 2010

Vigésimo terceiro dia (30/11/2010)

Hoje nosso "desayuno" foi surpreendentemente um dos melhores da viagem, ainda mais quando comparado aos da Argentina. O café da manhã lá é muito simples, em geral tem somente as medialunas e uma xicará de café com leite.
Agora que voltamos ao Brasil nossas suspeitas se confirmaram: o custo x benefício dos hotéis na Argentina é beeeem inferior dos hotéis no Brasil.

Pegamos a estrada em direção à Passo Fundo-RS. Agora começamos a avistar novamente as extensas plantações de arroz, trigo, milho e até de girassóis.


Plantação de arroz. Verde vivo.

Durante o trajeto entramos na Rota das Missões. É um caminho entre algumas cidades da região que tem história de missões jesuítas dos anos de 1700 aproximadamente. Em diversos pontos existem placas indicando sítios arqueológicos.


Rota Missões

Decidimos visitar um deles e conhecer um pouco da história em São Miguel das Missões (16km fora da nossa rota). No local há ruínas de construções de uma comunidade indígena guarani e jesuíta, as quais foram consideradas patrimônio cultural da humanidade pela UNESCO.


Portal de entrada para São Miguel das Missões.

Uma igreja ainda mantém boa parte da estrutura original e ao lado algumas partes estão onde foram derrubadas durante a guerra que ocorria entre espanhóis, portugueses e os povos locais (guaranis e jesuítas)
Ainda há descendentes de guarani vendendo artesanato indígena dentro do parque.

As ruínas da igreja.

Vista dos fundos da igreja, do lado direito, ao lado da Casa dos Padres.


Interior da igreja, de costas para o altar principal.


Descendentes guaranis ao lado do museu.

Paga-se 5 reais por pessoa para visitar as ruínas e um museu. A infraestrutura é muito boa. Existem pequenas placas no chão explicando cada parte das construções. Muitos seguranças garantem a integridade e tranquilidade.



Placas explicativas.

Chegamos em Passo Fundo as 18:00h e fomos procurar um hotel. Depois de uns três lotados fomos avisados que havia um evento em uma cidade vizinha e todos os hotéis da cidade estavam sem vagas.
Decidimos seguir caminho para o nosso destino do dia seguinte (Curitiba) e parar na primeira cidade que encontrássemos.

Quarenta kilometros depois entramos em Getúlio Vargas onde finalmente conseguimos encontrar uma pousada (com nenhum "B") e como já passava das 20:30h nos instalamos sem demora.

Amanhã iremos para Curitiba.

Boa noite.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Vigésimo segundo dia (29/11/2010)

Partimos de Rosário as 8:00h. Hoje, ao atravessarmos a fronteira com o Brasil, teríamos que adiantar o relógio pois o Brasil está em horário de verão.

Pegamos estradas simples do tipo vicinais que passam por fazendas e algumas plantações de trigo. O Carminho nos mandou pelo caminho mais curto mas menos povoados.

Durante 300km fomos parados 6 vezes pela Policia Caminera e Gendarmeria. Este caminho não é o mesmo da ida. Parece que nesta Provincia de Santa Fe a polícia é ainda mais ativa. Dessa vez nos solicitaram o "mata fuego" (extintor), conferiram luzes do carro e pediram o seguro Carta Verde.
Como estávamos com tudo em ordem, depois de umas perguntas sobre o Fusca e a viagem deixávam-nos prosseguir.

A novidade da viagem de hoje foi a travessia da aduana e entrada no Brasil, Paso de Los Libres. Assim como fizemos outras vezes, ao chegarmos na fronteira estacionamos o carro e fomos fazer a migração para saída da Argentina (carimbo do passaporte). Depois disso, pegamos o carro e atravessamos para o Brasil onde um policial federal apenas faz uma revista rápida no carro e pergunta se temos alguma mercadoria a declarar.
Como temos só algumas camisetas e os alfajores de Buenos Aires passamos tranquilamente.

O que nos chama a atenção é a falta de uma aduana brasileira. Pelo que vimos os argentinos entram no Brasil sem necessidade de carimbar passaporte e etc. Bem, é apenas uma impressão pois passamos rapidamente e não vimos instalações de aduana brasileira assim como vimos quando cruzamos Argentina-Chile e vice-versa onde os dois países tem um controle migratório rígido.


Fila para saída da Argentina.


Atravessando o rio já avistando o lado brasileiro.



Entrada no Brasil.

Entramos no Brasil e nos sentimos aliviados. É bom estar em casa novamente, falar português e comer arroz e feijão.

Amanhã iremos para Passo Fundo.

Boa noite.

Vigésimo primeiro dia (28/11/2010)

Despedimo-nos de Buenos Aires neste domingo na hora do almoço. Antes passamos rapidamente em frente à Casa Rosada e Puerto Madero.

Faixa local da Av. 9 de Julio

Ruas arborizadas e bem espaçosas.

Puerto Madero

Prédios antigos.




A Casa Rosada é a sede da presidência da Argentina e tem esse nome por ser pintada de rosa mesmo. O local é bonito e tem vários prédios históricos junto à Plaza de Mayo.


Casa Rosada (vista de lado)

Enfim, depois deste rápido passeio pegamos a Avenida General Paz e a Ruta 9 em direção a cidade de Rosário. Estas vias devem ser bem movimentadas em dias úteis, mas por ser um domingo não pegamos muito trânsito e foi possível apreciar mais um pouco da cidade.


Vias movimentadas.

Quando já estávamos na Ruta 9 avistamos dois Fuscas antigos na pista da direita e até comentamos que eram os primeiros que víamos na Argentina. Um pouco depois vimos 2 Kombis. Logo mais, outro Fusca. De repente, ao passarmos por um pedágio, vimos um monte de Fuscas saindo numa comitiva provalvemente para algum encontro. Uma grande coincidência.


Os dois primeiros Fuscas.


Comitiva saindo após o pedágio.




Acenamos e buzinamos para eles que responderam empolgados. Depois de andar junto na comitiva por uns kilometros eles pegaram uma saída e nós seguimos em frente.

Chegamos em Rosário as 16:30 aproximadamente e não tivemos uma boa impressão. Logo no primeiro semáforo uns lavadores de vidros mal encarados chegam sem permissão e começam a lavar seu parabrisa. Dissemos que não queríamos e como eles eram um "bando" decidimos dar umas moedinhas para não arrumarmos problema. E não é que no semáforo da frente vieram lavar de novo! Nós falávamos que o vidro estava limpo e eles não entendiam niente.
Dessa vez não demos nenhum dinheiro e saímos cantando pneu (esta parte é mentira) hehehe.

Depois de muito penar para encontrar um hotel BBB (bom, bonito e barato) ficamos em um com um B só (barato). Imaginem o resto.
Nos instalamos e saímos para jantar. O moço da recepção nos falou sobre uns restaurantes por perto e nos alertou sobre a "deliquencia" (criminalidade) no local. Fomos no restaurante da esquina (também de um B só) e voltamos logo para o hotel para descansar.
Nossa última estadia na Argentina deve ter sido a pior.

Amanhã partiremos para Uruguaiana e entraremos enfim em solo brasileiro!

Hasta luego.

domingo, 28 de novembro de 2010

Vigésimo dia (27/11/2010)

Acordamos cedo em Tres Arroyos e saímos do hotel para procurar um Lubricentro para trocar o óleo do Fusca (já se passaram uns 3.500km desde a última troca).

Muitos postos de combustível aqui não fazem a troca, principalmente quando não se compra o óleo deles. Tivemos sorte de encontrar um Petrobras que fez o serviço por 15 pesos (bem mais barato que os 40 cobrados em Ushuaia).


Troca de óleo a cada 3.000km

Pegamos a estrada e logo percebemos que já estamos mais próximos da civilização: pedágios. Em geral eles são baratos. Giram em torno de 1,40 a 2,50 pesos, o que deu no máximo 1,25 reais por passagem.
Almoçamos em uma loja de conveniênicas de um posto YPF, chamada Full.


Frango com vegetais.

Um pouco diferente da foto da caixa.

Chegando perto de Buenos Aires tivemos a opção de ir para a capital através da auto-pista Richieri que é pedagiada. Optamos por este caminho. É uma pista parecida com a Anhanguera em São Paulo mas é iluminada em toda sua extensão (pelo menos no trecho de uns 50km que pegamos).


Autopista Richieri

Por uma certa coincidência nos hospedamos em um hotel na famosa "Av. 9 de Julio" onde se encontra o obelisco. Guardamos as coisas e já saímos para comprar uns alfajores antes que o comércio fechasse.
Para nossa surpresa, ao caminharmos algumas quadras na 9 de Julio o trânsito estava totalmente interditado e havia um grandioso palco instalado no meio dela.


9 de Julio interditada

O palco e espaço para expectadores. Obelisco ao fundo.

O show era um tipo de teatro-ópera: "Iñaki Urlezaga y Orquestra filármonica de Buenos Aires interpretan La Traviata de Verdi en El Obelisco". Era aberto ao público e atraiu muita gente.

Equipes de TV


Av. Corrientes, de costas para o obelisco.

A cidade, nesta região, é bonita e tem a típica cara de capital.
Andamos no comércio local e tinha muitos brasileiros. Alguns atendentes das lojas aqui já falam o preço em Reais e dizem "És barato para brasileño, mitad del precio". Os preços na verdade são bem parecidos com os do Brasil. Poucos itens realmente compensam a compra.
Compramos só os alfajores mesmo.


Lojas e ambulantes. Atendendo até umas 22:00h.

Como já conhecemos o suficiente por aqui. amanhã sairemos na hora do almoço, passaremos em algum outro ponto turístico e iremos para Rosário, nossa última parada em território argentino.

Gracias.
Hasta manãna.

Décimo nono dia (26/11/2010)

Bom dia caros leitores do blog. Bom dia Fusca.

Hoje saímos cedo da "Ilha de Lost" antes que os pernilongos nos carregassem. Nosso caminho era até Tres Arroyos, por uns 600km, amanhã Buenos Aires.

Vista da recepção do hotel.

Esquina da rua do hotel.

A tarde, durante a viagem, nosso som parou de funcionar. Ficamos preocupados pois ele tem sido um grande companheiro. Pensamos em arrumá-lo quando chegássemos em Tres Arroyos mas pouco tempo depois encontramos um bom local para consertamos na beira da estrada.
Estamos usando um amplificador e um MP3 player. Como o amplificador estava instalado embaixo do nosso bagageiro, tivemos que tirar quase toda a bagagem para poder chegar até ele. Depois de uns mexe cá e mexe lá, voltou a funcionar mas nem descobrimos qual era o problema. Deve ter sido um simples mal contato.


Sistema de som.

Um pouco depois encontramos na estrada uma propriedade produtora de azeite de oliva. Paramos para comprar. Nunca tínhamos visto uma oliveira de perto. São muito bonitas mas não tinham azeitonas. Segundo a vendedora elas produzem em março


"Aceite de oliva" e oliveiras ao fundo.

Chegamos em Tres Arroyos no final da tarde. Agora sim é uma cidade. O frentista nos disse que a população é de uns 60.000 habitantes.
O local tem muitas casas e prédios antigos. Quem gosta de carros antigos, não para apreciar nas exposições mas para vê-los na ruas, deve vir para cá. Muitos Citroen 3CV, Ford Falcon, Fiat 600, Dodge Polara, Renault, entre diversos outros.


Rua de Tres Arroyos e carro antigo.




Citroen 3CV abastecendo.


Casarões antigos.

Ficamos em um hotel cujo prédio tem quase 110 anos, chamado La Catalana.

Amanhã iremos para Buenos Aires. Pretendemos conhecer o Obelisco, a Av. 9 de Julho, Puerto Madero e a Casa Rosada.

Até lá.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Décimo oitavo dia (25/11/2010)

Ontem conversamos sobre a rota de retorno e decidimos mudá-la um pouco para podermos passar em Buenos Aires. Como teríamos aproximadamente 1.800km até la, dividimos este trajeto em 3 dias. Então ao invés de irmos para Viedma resolvemos parar uns 170km antes, em San Antonio Oeste.
Como estávamos com tempo, procuramos um hotel em San Antonio e já fizemos a reserva.

Pegamos a estrada as 8:00h. Estava sol e temperatura agradável, mas logo esquentou bastante e tivemos que ligar o ar condicionado de novo.


Ar condicionado ligado.

O Carminho (Garmin Oregon 550) tem sido essencial para esta viagem. Ele é muito útil para montarmos as rotas e especialmente para encontrar hotéis e postos de gasolina. Os mapas da Argentina, Uruguai e Chile que temos usado (Proyecto Mapear) tem muito boa qualidade e pegamos pouquíssimos pontos desatualizados.


Carminho.

No trajeto mais uma vez encontramos um viajante estrangeiro de motocicleta e um casal de bikers. Realmente muita gente de fora viaja por esses lados.

Uma curiosidade: nesta parte do nosso caminho tem muitas taturanas atravessando a pista e algumas aranhas tipo caranguejeira. Já tinhamos reparado na ida principalmente as aranhas mas dessa vez tinha bem mais "exemplares".

Chegamos a San Antonio Oeste as 17:00h aproximadamente. Ao procurarmos pelo hotel percebemos que há duas cidades San Antonio. Uma Oeste e outra Este (leste). Adivinhem onde fica o hotel que reservamos. Em San Antonio Este, que ficava uns 35km fora do nosso trajeto, o que representaria 70km no total. Como a distância até Viedma (próxima cidade) seria de uns 170km, decidimos ir para este hotel mesmo.

San Antonio Este é uma vila ainda menor que todas as outras que vimos. Não tem posto de gasolina, muito menos asfalto. O local mede apenas 3 quarteirões quadrados. Nos instalamos no hotel (Calafque) e saímos para jantar. Ao pararmos no primeiro restaurante, umas 18:30h, tivemos que bater na porta para sermos atendidos. O dono atendeu com cara de sono e disse que estava fechado e não tinha nenhum restaurante aberto na "cidade". Só abririam no dia seguinte.
Fomos a um mercadinho para pedir informações e depois de alguma conversa a dona nos ofereceu um "sandwich frio de jámon e queso" (presunto e mussarela). Maravilha. Pegamos o lanche e fomos comer no hotel.


Jámon e queso.

O dia hoje foi só estrada e não teve novidades. Amanhã deveremos estar em Tres Arroyos e no sábado em Buenos Aires.

Boa noite.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Décimo sétimo dia (24/11/2010)

Nesta quarta-feira saímos de San Julian mais tarde. Hoje o caminho seria mais curto até Comodoro Rivadavia.
Pegamos a Ruta 3 e de novo as longas retas. Agora não está tão frio e viajamos com uma blusa apenas. Nos dias anteriores estávamos sempre com duas blusas e a "japona", duas meias e luvas.

Andamos uns 200km e paramos para almoçar. Hoje não temos fotos do prato mas registramos o local.


Comedor Don Esteban

Voltamos para a estrada e de novo as retas infinitas. Parece que estamos parados. A única coisa que nos distraía eram os guanacos tentando atravessar a pista.


Infinita highway

Passamos por Caleta Olivia, onde dormimos na ida, e seguimos para Comodoro Rivadavia contornando o litoral.

Litoral de Caleta Olivia.

Contraste com a paisagem desértica

Seguindo em frente, ao atravessarmos do estado (província) de Santa Cruz para Chubut a polícia nos parou (como de costume). A polícia é muito ativa e sempre estão de plantão na estrada.


Parados no "control policial"


Chegamos em Comodoro Rivadavia as 16:00h e fomos procurar um hotel. Encontramos um camarada que chegou acenando do nosso lado com seu Fiat 600. Esse seria o Fusca da Argentina.


Fiat 600 R



Comparem com o Fox
 Paramos para conversar com o camarada e ele nos mostrou todo o carro, foi muito amigável.



Amanhã teremos um longa jornada até Viedma. Vamos descansar.

Até amanhã e um abraço a todos.

Décimo sexto dia (23/11/2010)

Saímos de El Calafate as 09:00h depois de preparar o carro em um posto YPF da cidade.
Já no caminho, agora com sol mas ainda muito frio e vento, tiramos mais fotos.


A caminho de San Julian.

Montanhas de gelo ao fundo.

Paramos para um lanche em La Esperanza. Neste local há um posto YPF, único do caminho, e como tinhamos andado somente 160km não quisemos abastecer.



Contiuamos viagem em direção à Puerto San Julian e logo começamos a reparar que estavamos ficando com pouca gasolina. O Carminho sabia de um posto que segundo nossos cálculos chegaríamos sem problemas.
De fato chegamos ao posto, porém "no hay combustible". Ainda bem que tínhamos o tanque reserva com 10 litros. Fizemos a transferência e agora tinhamos uma autonomia de mais uns 120km.


No hay combustible

Continuamos por mais uns 100km e chegamos a Comandante Luis Piedra Buena onde, enfim, encontramos um posto.
Enquanto abastecíamos chegaram dois motociclistas e como as placas das motos eram bem diferentes resolvemos falar com eles. Os caras eram austríacos. Saíram de San Francisco-EUA em Junho e estavam indo para El Calafate, El Chalten, Punta Arenas e finalmente Ushuaia.


Austríacos viajando desde San Francisco.

Chegamos a Puerto San Julian as 17:30h e fomos logo encontrar uma lavanderia pois íamos começar a usar as mesmas cuecas pela terceira vez.

Nos instalamos na Posada Drake. Logo que estacionamos o carro uma equipe de TV de um canal local nos pediu para darmos uma "nota" (entrevista). Topamos. Falamos sobre nossa viagem e o que eles queriam mesmo era saber do Fusca. Filmaram até por dentro. Assim que tivermos alguma informação sobre o vídeo postaremos aqui.


Fusca na cochera da pousada.

Antes do sol se por fomos visitar uma réplica da "Nao Victoria". É uma das embarcações da expedição de Fernando de Magalhães de 1520.


Nao Victoria da expedição de Magalhães



Próximo ao navio tem um avião Mirage da Fuerza Aerea Argentina que participou da missão sobre as Ilhas Malvinas.


Fuerza Aerea Argentina


Mirage 5 Dagger

Amanhã andaremos 430km até Comodoro Rivadavia. A distância é pequena mas não temos opção pois a próxima cidade fica 500km para frente e estamos viajando no máximo uns 750km por dia.

Gracias.
Buenas tardes.